Kamikazes

A divisão de classes, esta que é notória nos dias atuais, criou, basicamente, duas sociedades distintas co-participantes neste enredo ideológico/político/filosófico último. Onde os extremos as posiciona, onde a oposição generalizada às ponderações as baliza e onde o insustentável as infla. Esta divisão, nada saudável para uma sociedade, heterogênea - e isso é uma baita duma virtude -, não confere legitimidade, aos seres ditos humanos, de se degladiarem mutuamente, uma vez que a prerrogativa justificável para que um povo se estabeleça próspero e evolutivo é o respeito às diferenças e, consequentemente, a paz.

"Dando nome aos bois", se por um lado temos os ditos de direita, que, quando lúcidos e sinceros defendem o que creem de moralmente aceito para uma sociedade ordeira e minimamente justa, por outro temos os chamados de esquerda, que, quando muito honestos e verdadeiros, defendem o progressismo pautado no idealismo de uma sociedade livre e intelectualmente auto-sustentável em suas faculdades mentais de escolhas e responsabilidades. Ambos os lados argumentam suas ideias, porem os extremos de ambos, simplesmente as difundem sem considerar uma argumentação passiva de não aceitação por parte de quem não pensa igual. Mesmo os mais maduros de qualquer um dos lados têm dificuldades de ponderar sobre o outro. Nem um lado, nem o outro vai encontrar equilíbrio em seus pensamentos e ações tão desdenhados entre cada classe, que ateste seus argumentos.

Os de direita deveriam encontrar meios termos que considerassem o pensamento progressista e revolucionário mais ponderável, se entendem que quase tudo muda e que toda mudança requer um abrir mão de pensamentos retrógrados.

Por sua vez, os de esquerda deveriam fazer jus aos fundamentos básicos de seus discursos, sobre aceitação do diferente e respeito ao não aceito, se entendem que seus opositores sejam diferentes e também não aceitos.

É preciso, urgentemente, mudar o discurso de defesa das ideias, que ataca o outro ao invés de pontuar parâmetros e estabelecer introspecções sobre as próprias idéias. E que mais faz tentar provar quem possui o argumento mais "inteligente" e "lacrador" do que, de fato, tentar promover reflexões sãs e coerentes para cidadãos ditos racionais.

Harlen Ribeiro
Enviado por Harlen Ribeiro em 18/02/2019
Reeditado em 18/02/2019
Código do texto: T6578103
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