Um tal de Zé Ninguém
Dantes, a minha Mente vagueava e eu deambulava com ela. Eramos muito próximos, eu e a Mente. Hoje não nos damos. Gostaria que ainda me entendesse com ela, mas parece-me que a mesma prefira estar contra mim.
Sinto-me traído, agora penso sozinho. Passo o tempo a pensar em cardumes e matilhas de nada; deste-me as costas, Mente. Se calhar nem penso mais.
Perco-me na minha Respiração, que fala em mais línguas que a minha própria Língua. A Respiração cita, em volumes altos, os segredos que a Língua guarda, no meio deste silêncio todo. As Palavras já não me saem da Boca, nem sei se chegam a sair de todo, e já ninguém conversa comigo. Ninguém quer ouvir a minha Voz, agora rouca de tão pouco uso.
O meu Tempo foi desperdiçado, este deixou de ser um corrente paciente, hoje é um esmaecido sofrido.