O tesão do erotismo
Quando escrevo poesia erótica não me limito a desenhar uma imagem ilusória sem testemunhas, mas sim inúmeras imagens com interpretação conjunta enquanto homem que deseja a interpretação feminina, imagens das quais muitas são apenas esboços para quem lê e não interpreta, e que os espíritos pobres repelem com embaraço, mesmo quando porventura haja colaborado escondidos, eles/as próprios/as escondidos/as se masturbando intelectualmente, na sua formação intelectual e física as enriquecem. Quem entra nas entrelinhas do erotismo deixa lembranças secretas que crescem até formarem um dos elementos mais importantes da razão da mesma, o desejo de viver todas as letras, tão oposta a toda a razão, que o próprio esforço do espírito para a contradizer a fortalece.
Nada é definido, nem permito que me defina, uma espécie de potência latente, onde apenas faltará a ocasião para cumprirmos no mundo real os gestos dos nossos sonhos, sem assassinar a utopia dos detalhes, mas nos desejarmos ainda mais por termos sido capazes de os realizar. Vem! Vive o cortejo ingénuo das possibilidades das nossas ações e dos nossos sonhos.