Fatídica

Ela estava diferente naquela tarde, como se soubesse ou pressentisse algo, eu me desdobrava para descobrir mas todo esforço era em vão.

Havia uma certa urgência em deixar tudo como estava, de saborear o momento como se fosse o único, mas não pois vivenciamos muitos desses até aquela data, então melhor mudar esse único para como se fosse o último.

Realmente a brisa que soprava em nosso rosto refrescando o toque do calor do sol em nossa pele, também parecia saber, o ambiente os elementos todos pareciam saber, o que fazia me sentir mais perdida ainda, pois mal sabia dos seguintes passos que o destinatário nós traria.

Cumpriria ou nós traia, o destino até hoje, me indago a respeito.

Mas ele como se fosse um viajante vindo futuro sabia que depois de vários anos e tchaus que possuíam o sinônimo de até logo, se transvertiu de adeus, e eu mal sabia que naquela faditica tarde, marcaria tal como uma data em uma lápide, o nosso último encontro, último beijo antes das mãos dadas se separarem.

E que só se encontrariam, novamente em seus sonhos e na esperança de que o destino possa mais uma vez traçar os seus caminhos e até mesmo fazer dessas linhas um nó, que os prenderiam novamente ao outro.

Agora resta saudades, esperança e uma enorme vontade de voltar a aquela tarde de lá não sai mais.

C.A.Martins