DA RESPONSABILIDADE NO USO DO TEMPO
Dissipados a que se correm os dias... e tão rápidos
Dos corpos eretos e firmes que outrora eram
Todavia, eis a s'encurvarem agora
E os meus olhos a que para trás se olham e assim indagam:
Arrepender... tempo psicológico!
Do real tempo que nest'instante não mais retorna
Quais ondas cujas espumas a se atirarem nas praias
A que absorvidas ou engolidas são em suas areias
Ou como os vendavais a varrerem para bem longe as folhas que caem
Presente vivo... tempo de viver!
Ou seria, em verdade, tempo de aprender?
Mas, haveria aqui nest'exílio maior escola que nossos erros?
E, olhando-nos neste prazo, alguém acaso se conheceria?
Dos dormentes olhos que nada percebem no tempo e nada se aprende
E medrosos caminhamos ininterruptamente n'agonia de nossos dias!
Tempo arrependido... do qu'então se fez?
Porém, caso arrependeu-se não seria visto que se aprendeu?
Então, de form'alguma foi tempo perdido
Oh! quanta responsabilidade no uso do tempo!
Do tempo que vem... e que vai... e não mais volta
Mas, e s'ele voltasse?
(ao que a Vida ou Deus assim o permitisse?)
Ai, quão irresponsável não seria então Deus e a Vida!?
Não, absolutamente!
Não quero nem pensar nisto
Recuso-me a estender tal pensamento... no tempo
Até porque já me alonguei por demais
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13 de fevereiro de 2019