VIVENDO POESIA PAREI DE ESCREVER (ALMIR PRADO)
É engraçado. Há algum tempo tenho deixado em segundo plano a escrita. Para quem me conheceu há tempos , as postagens tornaram-se menos frequentes. No meu caderno de brochura, em uma tentativa de abrir meu leque de criações, e diante da natural saturação que poesias de amor alcançaram em meu coração. Logo eu, que por tanto tempo reservei uma fração do meu dia às palavras, me vi ali, sem querer escrevê-las. Mais do que isso. Elas decidiram não vir. As tentativas foram se tornando, assim, cada vez mais curtas. Faltou-me inspiração. Faltou-me o tesão que outrora existia. Acho que posso, enfim, admitir o que há alguns meses não queria enxergar: entrei num hiato. Sem qualquer drama. Já aconteceu. Está acontecendo. E eu preciso respeitar. Preciso entender o motivo e reconhecer as consequências, e por isso preciso deste tempo. Escrever por obrigação nunca foi o meu forte. Não cairei no absurdo de fazer o que não me identifico. E a verdade é que eu preciso parar. Por um dia. Por um mês. Por algum tempo. Até o tempo me cobrar a conta do silêncio.. e eu precisar pagar novamente com as palavras: o que eu sempre amarei fazer. Por enquanto não tenho tempo de escrever poesia pois simplesmente estou vivendo-a. (ALMIR PRADO)