MORTE: De pessoa

Leio, sem o procurar expressamente, este poema de Pessoa-Pessoa:

A morte chega cedo,

Pois breve é toda vida

O instante é o arremedo

De uma coisa perdida.

O amor foi começado,

O ideal não acabou,

E quem tenha alcançado

Não sabe o que alcançou.

E a tudo isto a morte

Risca por não estar certo

No caderno da sorte

Que Deus deixou aberto.

11-9-1933

Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995). - 175.

Não sei quando, mas será e antes do pevisto, talvez. Mas sim sei que fiz e ainda poderia, quereria, teria de fazer muito, bastante mais do feito e sobretudo melhor. Mas ...

Pessoa diz aí do amor e do ideal, mas eu digo simplemente do existir: ser ou não ser? Quem sabe! Existo, logo penso e ainda mais ...