A ESPERANÇA DO POETA
O que faz uma alma silenciar-se por tanto tempo? O que dá motivo à sua essência...? Por muito tempo estive sem rumo e sem objetivo. O deixei sozinho a muitas luas. Pude sentir a sua angustia em cada crepúsculo como em cada alvorada. Por muitas vezes o silêncio frio da madrugada me fazia pensar na condição em que o deixei. Sinto muito por ser tão fraco, ó amado de minh’alma. O obrigo por fazer vigília, mantendo irrepreensível a chama de meu ser mais profundo. Tinha vergonha de ter vegetado todo esse tempo, enquanto Tú vivia por nós dois. Não consigo lembrar em que momento u me perdi. Não consigo me lembrar quando foi que abandonei tudo o que o nosso Pai nos deste. Sinto que não mereço tanto, fazendo quase nada. Quero VIVER! Quero voltar a ver meus dias renovados pelas belezas que me constituem. Fomos agraciados por dons tão maravilhosos e simples. Não é justo tratá-los assim. Espero que, adiante, possamos apresenta-los ao mundo, meu amado! De agora em diante, me ajude a produzir a cada dia um grito ao universo.