DELICADEZA!
Sou fã daquelas raras pessoas que olham com os olhos da alma. Admiro a delicadeza desse olhar que capta a verdadeira essência da gente, indo além dos defeitos, e valorizando a nossa vontade de acertar o passo e ser feliz.
A polidez nem sempre inspira a bondade, a equidade, a complacência, a gratidão; mas, pelo menos, dá-lhes a aparência e faz aparecer o homem por fora como deveria ser por dentro.
Usar de polidez é uma tarefa difícil, pois exige que testemunhemos grande consideração por todas as pessoas, enquanto a maior parte delas não merece nenhuma; ademais, precisamos simular o mais vivo interesse por elas, quando em verdade temos de estar contentes por não o sentirmos. Unir polidez com orgulho é uma obra-prima.
Pessoas que reclamam muito se tiverem certo nível de polidez conseguem ser perfeitos ativistas
Uma pedra preciosa não pode ser polida sem fricção, nem uma pessoa aperfeiçoou-se sem tentativas.
A polidez é como um seixo (pedra polida de um rio): somente a educação e o tempo podem lapidar o sujeito nos seus atos e palavras.
Como dizia o verso do poeta indiano Tagore: “Não é o martelo que torna os seixos perfeitos; é a água com sua dança, sua paciência e o tempo…”
Comparada com outras virtudes – a justiça, coragem, moderação – a polidez é considerada uma ‘virtude menor’, porém, é necessária para a boa convivência humana. Ela é a primeira virtude, e talvez a origem de todas elas. É verdade que é a mais pobre, a mais superficial, a mais discutível, mas, ela parece ser a porta de entrada para se aprender as outras virtudes.
Delicadeza gera delicadeza....