Um dia

Em alguns momentos apago. Minha mente parece voar para longe. O mundo fica tão mais bonito - entre a lucidez e o irreal ou o irreal e a lucidez. Tudo que me cerca ganha acordes - como se houvesse uma trilha sonora específica para cada parte do dia.

Há tanta diversidade - nossos sentidos nunca serão capazes de compreender. Há o bem e o mal estacionados em cada esquina. Nos acostumamos a ser reféns, mesmo tendo o mundo todo dentro da gente. É fantástico e amedrontador.

Um dia, eu quis ser igual as meninas que eram populares. Que estavam sempre numa roda de amigos - rindo muito. Já quis ser a divertidona, a que todos chamam para ir à festa, para jantar fora ou ficar no sofá de casa jogando papo fora.

Depois de algum tempo, muito tempo, a gente descobre que não há nada mais gratificante que ser exatamente o que se é - parece que todos dizem isso não é? Não! Só dizem isso as pessoas que conseguiram transportar-se para além dos moldes onde tentam, a todo custo, enfiar a gente dentro. É maravilhoso ser livre. A liberdade é como uma sementinha pequena, a qual temos que regar constantemente - aí ela cresce e se expande.

Um dia, tudo o que sufoca vai ficar no esquecimento. Todo choro, ter que se esconder, a angústia e a falta de sentido para estar aqui. O nó da garganta desaparece, a solidão evapora e o avesso fica sendo nosso melhor lado.

E foi assim...Um dia acordei e tudo fez sentido.

Ana Liszt
Enviado por Ana Liszt em 23/01/2019
Reeditado em 23/01/2019
Código do texto: T6557293
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