Hoje eu flertei com a Morte

Hoje eu flertei com a Morte mais uma vez

Fiquei espantado no começo

Não que eu havia cometido um crime ou algo assim

Mas é um impulso natural rejeitado pelos padrões

E quem definiu esses padrões?

Na verdade não importa saber

Mas todos flertam com ela, e isso eu garanto.

Ao menos uma única vez durante a vida

Em sonhos esse flerte pode vir disfarçado

Como em um desses que você pula de um penhasco

Dai você acorda suado e com arrependimento

E seu dia é impulsionado por uma estranha culpa

Do mesmo jeito em que você se arrepende de suas escolhas

E pensa em fundir sua carne com o concreto aos pés do prédio

A lógica é simples

A ideia do ato transgride sua moral já existente

E a culpa surge novamente...

Alguns terceirizam esse culpa

E então, uma semana depois esses culpados sorriem ajoelhados na igreja

E tem aqueles que cedem ao seu flerte antes de flertarem com ela

Esses são os que não conseguiram flertar com a Vida

Talvez seja porque a Morte pode ser mais carismática

Ao contrário da Vida, que cobra demais

Uma vez ou outra todos passam por isso

Você pode escolher a Vida e até mesmo apaixonar-se por ela

Mas a Morte sempre será sua eterna amante

Pois não há maneiras de afastá-la

...

Hoje eu flertei com a morte

Acho que ela sorriu para mim.

Mas vou esperar um pouco

No momento quero continuar de mãos dadas com a Vida.

(Guilherme Henrique)

PássaroAzul
Enviado por PássaroAzul em 22/01/2019
Reeditado em 23/01/2019
Código do texto: T6556926
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