O CALAR DAS FALAS.

Dizem que, muitas vezes, o "calar" é o melhor a se fazer. Concordo, em parte. Calar, outras vezes, como sugere o ditado, significa consentir, aliás, coisa que também, discordo, em parte. O calar tem seus motivos, seus momentos e suas consequências. Quando calamos damos margem às interpretações erradas. Quando calamos, continuamos engasgados e, os "nós" permanecem na garganta. Nos calamos por várias razões; ou porque o outro não sabe ouvir ou, porque não conseguimos alinhar as palavras para que nos façamos entender ou, porque chegamos à conclusão de que não vale a pena seguir falando.

Em contrapartida, vez ou outra, falar é necessário. Desengasga, alivia. E, se ainda assim, o entendimento não acontecer, pelo menos, houve a tentativa. A voz e o discurso certo, na hora certa, quase sempre, vencem o silêncio das palavras guardadas, atravessadas e engasgadas.

Elenice Bastos.