Infinitivo
psique em estado de inércia uma roda estática em planícies áridas galhos retorcidos na vertical desenham o horizonte infinito que indica onde você poderia estar e no entanto ao primeiro passo o pântano memorial absorve o corpo e a mente e a queda livre inevitável termina numa jaula mal iluminada sem fechadura o confinamento descansa os olhos por um momento e o ato de piscar transporta a psique instantaneamente para um tribunal definitivo mas nada se define até o pôr do sol quando depois o tato se torna seu sentido mais visceral embora esteja com as mãos algemadas e vendas nos pés colocado numa corda bamba sobre precipícios entre o himalaia e atlântida a corda se rompe e chicoteia as faces rochosas escarpadas na iminência do impacto inevitável a poeira se levanta durante a tempestade e a gravidade se opõe à regra em elevação ao seu onírico estado de aceitação caótico quando nada é tão concreto quanto sua vontade de existir fora das vísceras de gaia