Renúncia
Os sonhos constituem uma obrigatoriedade na vida de cada ser
humano. Os nossos sonhos integram as nossas metas e os nossos
objetivos. Eles representam as nossas aspirações e os nossos desejos.
É permitido afirmar, incisivamente, que cada pessoa com a qual já
cruzamos ou ainda cruzaremos nesse plano material, tem um sonho
a ser traduzido pela realidade do existencialismo presente na nossa
interioridade.
Desde o início da faculdade, ele sentiu-se estimulado e influenciado
pelo autêntico e original talento de uma maestria, que para ele,
era sem precedentes. Era como se ele fosse transportado para um
universo paralelo toda vez que seus olhos captavam e notificavam
a presença unânime e aprazível da sua inspiração quando estava
a adentrar pela classe, sendo que a figura protagonista dessa sintética
e breve mensagem, por muito tempo, alimentou e nutriu esse amor,
em consequência do encorajamento provocado pela sumidade referida.
Contudo, esse cultivamento não foi próspero e longevo. Na ocasião,
o eu lírico efetivou a interrupção total do abastecimento que mantinha
e nutria o seu desejo mais genuíno, localizado no santuário da sua
humanidade: o fascínio pela docência. De maneira consequente, o
ilustre elemento sacrificou a sua obstinação porque ele chegara à
conclusão de que não seria digno, não teria o merecimento e o
reconhecimento de ser um difusor do conhecimento, da educação
e da sapiência.
Portanto, o indivíduo evidenciado pela vigente correspondência, fez e
construiu a penosa decisão de seguir um outro caminho, uma outra
jornada, apartada do seu programa inaugural. Mas vocês, prezados
amigos e leitores do site Recanto das Letras, devem questionar-se
qual foi a justificativa plausível que o levou a estruturar essa opção.
A explanação é retilínea e indubitável, pois ele só seria mais um nas
fatídicas estatísticas de desvalorização e de ridicularização em um
país dilacerado em todos os aspectos, onde o professor representa o
escárnio e a irrelevância para uma sociedade obsoleta e imprudente.