Renúncia

Os sonhos constituem uma obrigatoriedade na vida de cada ser

humano. Os nossos sonhos integram as nossas metas e os nossos

objetivos. Eles representam as nossas aspirações e os nossos desejos.

É permitido afirmar, incisivamente, que cada pessoa com a qual já

cruzamos ou ainda cruzaremos nesse plano material, tem um sonho

a ser traduzido pela realidade do existencialismo presente na nossa

interioridade.

Desde o início da faculdade, ele sentiu-se estimulado e influenciado

pelo autêntico e original talento de uma maestria, que para ele,

era sem precedentes. Era como se ele fosse transportado para um

universo paralelo toda vez que seus olhos captavam e notificavam

a presença unânime e aprazível da sua inspiração quando estava

a adentrar pela classe, sendo que a figura protagonista dessa sintética

e breve mensagem, por muito tempo, alimentou e nutriu esse amor,

em consequência do encorajamento provocado pela sumidade referida.

Contudo, esse cultivamento não foi próspero e longevo. Na ocasião,

o eu lírico efetivou a interrupção total do abastecimento que mantinha

e nutria o seu desejo mais genuíno, localizado no santuário da sua

humanidade: o fascínio pela docência. De maneira consequente, o

ilustre elemento sacrificou a sua obstinação porque ele chegara à

conclusão de que não seria digno, não teria o merecimento e o

reconhecimento de ser um difusor do conhecimento, da educação

e da sapiência.

Portanto, o indivíduo evidenciado pela vigente correspondência, fez e

construiu a penosa decisão de seguir um outro caminho, uma outra

jornada, apartada do seu programa inaugural. Mas vocês, prezados

amigos e leitores do site Recanto das Letras, devem questionar-se

qual foi a justificativa plausível que o levou a estruturar essa opção.

A explanação é retilínea e indubitável, pois ele só seria mais um nas

fatídicas estatísticas de desvalorização e de ridicularização em um

país dilacerado em todos os aspectos, onde o professor representa o

escárnio e a irrelevância para uma sociedade obsoleta e imprudente.

Lucas Nicácio Gomes
Enviado por Lucas Nicácio Gomes em 12/01/2019
Reeditado em 12/01/2019
Código do texto: T6549353
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