Reencontro com Andressa
O dia 18/06/18 parecia um qualquer da rotina robótica do mundo capitalista: um dia de trabalho, uma noite de estudo e um tempo de espera no ponto de ônibus, com a única pífia diferença de que era o último que ia para a faculdade. No ponto, fazia frio. O venta era cortante e empurrava meus cabelos ondulados para o lado oposto do qual eu os penteava. Havia poucas pessoas no ponto: um menino segurando um conjunto de livros sobre os mais variados assuntos e uma moça que demonstrava cansaço mais evidente que o meu. Por algum motivo minhas músicas não funcionavam, o que me deixou, precipitadamente, entediado. Desconfio ter percebido, inconscientemente, um movimento às minhas costas e virei para trás. Lá estava ela, os cabelos pareciam mais bem penteados do que nunca. Estava sem maquiagem ou com quase tão pouco que não notei. O sorriso não parecia como o de costume, a surpresa conferiu-lhe um ar superior. E eu não pude evitar um abraço mais demorado do que todos que já lhe dei.