Não só os peixes deveriam morrer pela boca

Confúcio disse: “Veja os meios que um homem emprega, observe o caminho que ele toma e examine a circunstância em que ele se sente confortável. Como poderia o verdadeiro caráter de um homem esconder-se?”

Ele disse também: “Ser coerente com as próprias palavras é ter moral, no sentido de que isso faz com que as palavras dessa pessoa possam ser repetidas.”.

E outra frase muito interessante: “Na Antiguidade, os homens relutavam em falar. Isso porque consideravam vergonhoso se não conseguissem ser fiéis às suas palavras”.

Esses pensamentos foram anotados numa época e lugar onde o caráter das pessoas era levado muito a sério.

Hoje, principalmente aqui no Brasil, como levamos tudo “numa boa”, as palavras se tornaram um simples instrumento de relacionamento social quase sem nenhum conteúdo de sinceridade, amor ao próximo ou interesse real pelo que entendemos como Vida. As palavras fluem da boca das pessoas como a água num chafariz da praça, com a diferença que essa água é reciclada e as palavras são lixo sem nenhuma utilidade.

A prova de que não nos preocupamos em avaliar o caráter das pessoas pelo que ela fala, é a desordem moral que tomou conta do país nos últimos trinta anos.

Ainda vivi num tempo em que se dizia que o maior tesouro de um homem era sua palavra, mas ao contrário do que dizem alguns “progressistas”, os adeptos do falso progresso, nós não evoluímos moral e socialmente, muito pelo contrário.

Podemos até dizer que no Brasil, o regime político e social vigente é a Mentirocracia, ou o governo pela mentira.

Se no passado os mentirosos procuram dar uma aparência de verdade em suas mentiras, hoje mentem o tempo todo sabendo que ninguém está acreditando mas, o mais grave, contam com a tolerância que a Sociedade brasileira tem com relação às mentiras. E se essa Sociedade se comporta assim, é porque elas, as mentiras, foram incorporadas ao Brazilian Way Of Life.

Argonio de Alexandria
Enviado por Argonio de Alexandria em 07/01/2019
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