VG

Não tenho medo do próximo passo
Do próximo abraço
Nem de gritar na rua
Sou louco
Mas não tenho medo do próximo
Talvez apenas do que se aproxima
Com olhar torto
Rejeitando os poucos
Que não muito
E nos papeis e pinceis eu risco os restaurantes à beira da estrada
Pois ali a fome está viva
Cara parte dos meus olhos tem uma cor
E sempre aparecerei em todas as rodas
Em cada risco meu
Arrisco-me a ficar pelo avesso para você
E o que sai por aí circulando é minha sombra
Meu coração vai louco na frente
Feito leão na hora da refeição
Percebo as belezas não vistas
Penduradas nos postes
Nos canos das casas abandonadas de olhares
Reparadores de detalhes
Seu nome me faz sentir num filme do Almodóvar
Talvez seja
Porque és mais alma do que homem
Talvez seja porque sou mais alma do que mulher
Talvez seja porque todos somos amadores
Dos detalhes que cada um nos traz
Adriane Neves
Enviado por Adriane Neves em 04/01/2019
Reeditado em 04/01/2019
Código do texto: T6542404
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