Nos Perdemos

Eu esperava encontrar a paz em meio ao caos da sua individualidade,

Iluminar os cantos mais escuros do seu pesar,

Mas encontrei abismos inacessiveis que consomem a sua existencia.

Sinto a corda que amarra minhas mãos, ficar cada vez mais apertada,

Fico consumida pela intensidade dos meus sentimentos que se rastejam Por baixo da pele,

É como um grito preso na garganta,

Quando o silencio impede as palavras.

Estamos nos transformando em deserto,

Seus fantasmas o envolvem profundamente,

O vejo peregrinar nas suas lembranças,

Como um moribundo procurando seu proprio fim.

Eu vejo seus olhos perdendo o brilho,

Sinto o peso da sua penitencia,

Como uma dor que nunca cessa,

Uma queda lenta e sem fim.

Enquanto perdemos um ao outro nas palavras que não são ditas,

No silencio deixado pela ânsia de precisar ser amado e nada mais.