O MUNDO EM NÓS

Apesar de não sabermos muitas coisas que pertencem aos bens comuns expansivos existentes do saber humano, não podemos mais nos intimidar e ser omissos num mundo de informação em formação, onde observações sobre o funcionamento da mente estão tão revestidas com o fardo político, moral e emocional, novas formas de compreender os sistemas físicos e novas percepções sobre o pensamento que contempla muitos dos nossos pressupostos básicos são questionados.

Muitas pessoas, desinformadas das conexões da religião, das artes, da política e da ciência na natureza e condição humana, se sentem ameaçadas com afirmações observáveis que consideram adversa às suas crenças. Pois, algumas alegações geram espaço para o questionamento sobre a imperfeição humana, a liberdade do senso moral, a desigualdade qualitativa e quantitativa de dons inerentes e de bens materiais cedidos ao ser humano ao nascer com implicações sociais ou seletivas nas coletividades humanas, a inabilidade de prever o futuro e reconstituir o passado, e o aniquilamento do sentido ou utilidade na existência.

Outro segmento de pessoas acredita que a natureza humana é universal, fixa e imutável, predeterminada pela hereditariedade, a variação e o modo como a forma individual de vida transmite as características genéticas que preestabelecem as diferenças biológicas e culturais, e apenas o comportamento humano é variável e diversificado sob a influência ambiental.

A influência e as descobertas da ciência no bem-estar, no progresso e no avanço tecnológico do ser humano são muito robustas. Em contrapartida, a imposição dos ditames e dogmas da religião é uma premissa muito poderosa e central para a fé, a esperança e o conforto da humanidade.

Contudo, como se a premissa fosse inegavelmente verdadeira, tanto as religiões quanto a ciência são fundadas na fé da existência de algo fora do mundo conhecido, como um conjunto inexplicável de leis físicas ou a existência de uma Entidade divina onipotente, onisciente e onipresente responsável pela criação, o destino da vida e o significado único e diferente das coisas no universo.

Como mortais comuns, nos situamos em meio ao conflito de concepções e interesses adversos e sem fim entre a religião monoteísta e a ciência ortodoxa que não oferecem um relato completo da existência física, procurando o nosso lugar num mundo dividido pela controvérsia cultural, social e agredido pela violência ideológica orientada pelas ações sociais e políticas.

Entretanto, não podemos mudar a natureza humana. Apenas, buscar nos aproximar da sua compreensão biológica, cultural e social.

Seria ideal se pudéssemos nos situar o mais próximo possível do que existe, enquanto trocamos ideias que seriam concebidas como parcelas da realidade, buscando desfazer a distinção entre sujeito e objeto, como num espaço tridimensional produzindo realidade no diálogo.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 30/12/2018
Código do texto: T6539146
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