VÉSPERA (parte 2)

Estou no passado, impregnado de lembranças sutis.

Sinto dor e desamor no simples bom dia da véspera que precipita.

Parece que não vai haver sol nem colibris,

pelo simples fato que a flor se ausentou.

E minha mente grita:

'Como encontrar o belo na ausência?'

'Clemência', pede contrita

minh'alma que não quer mais sonhar.

Abandonar o sonho não é mais tão medonho.

E o riso irônico me leva a um encontro canônico:

sem toque nem cheiro... platônico!

Um nascimento: ouro, incenso, mirra, milagre.

Depois água, vinho, vinagre...

Não se mata a sede com o passado.

Deflagre!

Desculpa, me perdi.

Me perdi no único dia que foi feito para se encontrar.

Pois as vésperas,

as vésperas sempre foram envolventes, influentes,

e até intransigentes.

Mas a minha véspera,

somente ela,

será áspera.

Somente áspera.

All Xavier
Enviado por All Xavier em 24/12/2018
Reeditado em 24/12/2018
Código do texto: T6534264
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