CORRESPONDER
Às vezes sinto que fui chamada para ser mãe, escritora ou conselheira, essas funções que não dão muito retorno financeiro e ocupam muito nosso tempo, a entrega emocional, o ouvir, o registrar.
Com o passar dos anos, mesmo nessas funções, sintia-me impotente como mãe, engatinhando como escritora, tendo que receber conselhos ao invés de dá-los, inútil hoje, mesmo tendo percorrido um longo caminho antes de chegar aqui.
Algo mudou, filhos jovens, linguagem arcaica, conselhos impraticáveis.
E, se paro para refletir, talvez a mudança queira partir de mim.
Procurar outros filhos ou voltar a ser filha de alguém?
Escrever de outra forma, sobre outras coisas ou voltar a aprender a ler a mim, a ler pessoas?
Oferecer atitudes no lugar de ouvir, falar e dar conselhos?
Talvez corresponda ao mundo, responda a mim mesma para dar respostas às gerações através da minha vivência em percepção e amor.