CONTEMPLAÇÃO...
E bem cedo se levanta,
E se lava o rosto e se fica
Pronto para se tomar
O café da manhã rápido,
Porque as tarefas do dia
Pedem por serem feitas,
Mas antes se vai até à janela
Para ver o tempo como está,
Se vai chover ou fazer sol...
E depois da contemplação
Em que se fez na janela,
Se vendo paisagem afora,
Se percebe, nessa sã hora,
Os campos estão semi-nus,
E cadê as árvores da floresta
Que existia e que morreram?
AH, sim, uma tal de motosserra,
Com seus dentes afiados,
Todas as árvores, às destroçou,
E se fez derramar seu sangue
Em forma de pó de madeira...
Eis, pois, esse descaso vil rude
De que não se o reverte,
Esse descaso é irreversível...