Paludicistas
São parasitas, vampiros sem dentes, que se alimentam do sossego humano.
Aproveitam-se dos indefesos, atacam em grupos e em grande escala, engordando com sangue alheio e querem lá saber de como a guerra acaba.
No escuro, esse campo de batalha onde ganham visão nocturna, não somos nada. E ainda temos o calor do lado deles, a electricidade inactiva ou oscilar no processo, que os ventiladores da trincheira não sopram, a favor da doença.
Quando nos picam nos despreparo e somos transladados de bandalha às mãos dos ex(pé)cialistas, enlouquecemos os pacientes do futuro ao nos verem reduzidos à carne podre do hospitadouro.
Não se metem só nas suas vidas, intrometem-se na das populações que já mal conseguem respirar.
São armados em músicos, feiticeiros nocturnos, formam a orquestra mais irritante do planeta, não há arte alguma na merda que fazem.
Antes, porém, contribuem para a insónia de almas moribundas, que depois das águas paradas só podem esperar pelas chuvas de fim de ano. Imprósperos anos novos.
Sinceramente, o que pensou Deus a fazer os mosquitos?