ÓCIO________________
Desavergonhado esse ócio e do brabo!
Ócio na vasta bagunça em mim, em meus quintais e praças, diante do dia que esfria lentamente.
Ócio à minha alma,
onde meus olhos emergem ao mundo em neblina,
em completo abandono, onde suspiro atravessada pelo sossego, longe da algazarra, onde se dissolve em minha língua o café.
Ócio, papel, verso e é aqui onde me demoro - na palavra -, que é,
para mim,
a alma mais nítida do mundo.
Jazo submersa nesse ócio,
calma,
na santíssima indiferença ao que não é poesia.