PARA FALAR DE ESCREVER.
EU FIQUEI DE LONGE
ME CONVIDANDO A ENTRAR,
AS PÁGINAS JÁ AMARELECIDAS
AINDA NA DÚVIDA DO MUNDO,
MAS, NADA PODIA ME REVELAR,
NEM QUE FOSSE PARA FALAR DAS CORES,
UMA DOSE SE DESPRENDIA DOS OLHOS,
MAS, O REMÉDIO CERTO ERA O CÉREBRO
QUE NUMA ÚNICA VEZ CURARIA
AQUELA PALIDEZ DAS FOLHAS.
JOGADO NUM CANTO QUALQUER
EM CIMA DE UMA MESINHA
PARECIA ESPERAR UMA VISITA.
TUDO ERA NOVO, MAS ESTAVA VELHO,
SÓ O TEMPO INCIDIA NO VAZIO
DAQUELE OBJETO QUE PODIA
CONTAR HISTÓRIAS, ESCRITAS HISTÓRIAS.
DE REPENTE, UM LANCE,
UM CHOQUE PRO-BIO-ÓPTICO,
UM PINGO DE SUOR FRESCO
NUMA AMPOLA DE VACINA
QUE SONHOU A MINHA CANETA.
ERA UM TÚNEL DE LUZ NO FIM
QUE QUADRO À QUADRO NUMA REAÇÃO
FIGUROU-SE NUM ENCANTO,
E ASSIM NASCEU
A RIQUEZA DA POESIA,
QUE DEU VIDA A ESSE CADERNO
HOJE TRANSFORMADO
EM LIVRO.
CONDOR AZUL.