"AI LONGEVA SABEDORIA!"

O seu Sebastião era senhor mesmo

da sabedoria de um ancião!

mais de cem anos de vida,

chegou pro bisneto Joaquim,

na calmaria sua e somente sua,

a tranquilidade que ele passava,

as suas palavras, o Joaquim, absorto deixava,

e o rapaz, então, ouvia:

"sabe, Joaquinzinho,

cê vai aprender ainda que,

nessa vida que Deus concede

e a gente, em verdade, nem vive direito,

como deveria de ser, de modo que,

me ouça você, meu menino:

o que tem importância mesmo

e merece todo cuidado e todo o zêlo,

mais toda a preocupação,

sabe, são tão poucas coisas!

para o bem da verdade,

olha, Joaquinzinho, são poucas mesmo,

viu? a gente faz pra lá de tempestade

no copo d'água! sabia disso,

meu menino? pra lá de tempestade,

sim senhor! verdade, meu menino,

verdade! creia nisso! de todo o seu coração,

creia nisso, meu menino!

e aí os seus olhos vão ver

o que não conseguiam ver

por causa da alma, que fica agitada!

a vida é mesmo tão bela,

mas de verdade verdadeira,

de uma beleza tão grande,

que a gente, nessa nossa agitação,

não consegue mesmo perceber!

e vai dando importância prumas

coisa besta, sabe,

que nem tem tanta importância assim!

vai por mim, meu querido,

que tudo vai ficando aprumado

e assentado... acredite! pode ser que,

a felicidade plena não venha,

ah, mas a filha dela, vem,

em toda a plenitude:

chama-se serenidade, nunca se esqueça,

meu menino: serenidade, prima da paz

e irmã mais próxima da sensatez!