Nada é definitivo
Não julguemos o caráter de ninguém apenas por um aspecto nem condenemos alguém por erros que tenha cometido. O que passa na mente humana? Talvez, a pessoa que tenha errado soubesse que estava errando, mas não conseguiu se controlar. Muitos são os que têm compulsão para fazer algo errado, ainda que, após fazê-lo, sofram de remorso. E, se esse alguém for pego no erro, será pior, pois não faltarão as pessoas lhe apontando dedos, condenando-o como se ele, de repente, tivesse se tornado a pior pessoa do mundo. Eu não concordo com isso. Muita gente que nunca roubou tem o caráter pior do que muito ladrão. Além disso, se a pessoa errou e se arrependeu, se aquele erro já ficou para trás, ela não merece que os outros vivam a condená-la por seu passado. Aquilo já passou e, se ela tiver consciência moral, o remorso é o pior dos castigos.
Outra coisa a considerar é que nunca sabemos o que a vida nos levará a fazer. Muitas pessoas calmas, que a gente diz que nunca fariam mal a uma flor, podem, de repente, matar alguém. A ocasião propícia produz um assassino. Imagine você, louco de raiva de uma outra pessoa, com uma arma na mão. E lembremos que a mente humana é muito complexa. Quantas vezes não fazemos coisas que não entendemos? Sentimos o impulso do momento, não conseguimos nos controlas e depois, ficamos angustiados por ter feito algo que nossa consciência condena.
Uma pessoa não é apenas um aspecto, ela é um todo. Um trabalhador honesto, cidadão que não perde uma missa, pode bater na mulher e nos filhos ao passo que um chefão criminoso pode ser um marido e pai exemplar. Todos nós temos o nosso lado claro e o nosso lado escuro. E, se alguém fez algo errado, entendamos que ela pode ter motivações de ordem psicológica e emocional que a levaram a agir assim. Não a condenemos. Se você é cruel e aponta dedos para outrem, condenando-o, isso não lhe torna melhor do que aquela pessoa.