De um eu-lírico para seu poeta
Este problema é só teu!
Não cobre dos outros aquilo que só você pode te dar!
Ninguém é responsável por esta carência desenfreada.
Ninguém é responsável pelas máscaras diárias que você utiliza escondendo, assim, tuas cicatrizes, defeitos e miséria. ..
Para de cobrar de quem não tem a oferecer...
Para de cobrar de quem nada te prometeu...
E se prometeu, foi da boca para fora, calor do momento...
Também são humanos, e humanos tem dessas...
Você mesmo, quantas coisas se prometeu e não cumpriu?
Para de esperar o que não vem...
Para de esperar quem não vem...
Para de esperar o telefonema, mensagens e atitudes que nunca virão...
Para de ser débil, aço por fora e porcelana por dentro.
Faça por si o que os outros jamais farão!
Para de usar tuas dores para escrever, compor, tocar...
Seja quem e aquilo que necessita, que mais deseja, afinal um poeta também pode ser o protagonista de sua própria história...
***
Era o que dizia um eu-lírico ao seu poeta durante uma longa conversa, em uma madrugada chuvosa...