"NOSSA HONRA E NOSSA GLÓRIA (AI EFEMERIDADE!)"

Mas, do humano ser, não se conta outra história,

não se sabe doutra penhora a qual não seja

encontrar-se ele, deste seu tão insensato coração,

absoluto prisioneiro, assenhoreado pela mais plena paixão!

paixão por tudo o que deseja este nosso insensato coração!

a gente não ama! a gente se apaixona!

apaixonamo-nos por nós mesmos

e por tudo o qual geramos!

apaixonamo-nos pelo resultado das obras

das nossas próprias mãos,

cujas mentes e cujos corações, enaltecidos,

embevecidos, hipnotizados, as próprias feituras,

contemplam e veneram!

damos honras uns aos outros

e orgulhamo-nos das nossas próprias vaidades!

e envaidecemo-nos dos nossos próprios orgulhos!

ai! ai de nós! ai de mim!

onde será que chegaremos?

já que a paixão cega e destrói,

ai! ai, ai! ai! ai! ai!

na mais completa cegueira! na mais absoluta destruição!

mas eis que já não chegamos, então?

ai! ai, ai! ai! ai! ai!