"TESOURO GENUÍNO"

O bem o qual desejo, não faço,

mas o mal o qual não quero, este, a praticar prossigo!

ó Paulo, Paulo, de Cristo, eterno apóstolo,

estas palavras registrou

e como, portanto, proferiu,

profiro eu também:

ai de mim! miserável homem o qual sou!

quem haverá de libertar-me

da escravidão desse meu corpo?

ai! ó que, no entanto,

a Deus, graças por Cristo Jesus,

autor e consumador da minha fé!

enquanto aqui eu habitar, nesse mundão de meu Deus,

tão maltratado e devastado, tão judiado e assolado,

pela constante ação humana,

tão humanamente humana,

o meu espírito geme e minh'alma padece

pela libertação, a qual, do efêmero, anseio

a fim de, o eterno refrigério, receber,

dores e lágrimas não mais ter,

para, eternamente, em Deus, eu poder viver!

ao pó, volta o corpo

e a Deus, retorna a alma!

ai! mas como? de que forma? de que maneira?

ó Deus, misericórdia!

derrame sobre mim a Sua misericórdia!

faz-Se compassivo para comigo!

e Ele, assim, não faz-Se?

sobre mim, Sua misericórdia, derramado não tem?

acaso, a cada manhã,

renovadas não fazem-se as Suas misericórdias?

ai! seja Cristo o meu mais precioso tesouro!

esteja n'Ele, inteiramente, o meu coração!

outro, igual a Ele, não há! não, não há!