O Estado que ainda deve!
“Parece que, desde a mudança de Monarquia para a tão esperada
República, sofrida até hoje, permanece-se na mesma, vendo os cabelos brancos se formarem e achando-os belos, apenas, pois sua Lei Maior, na flor da juventude, 30 anos de idade, ainda precisa de reparos.
E o Estado, deve em saúde, educação e segurança pública;
E a democracia parece não mais ter forças;
E finge resistir;
E as pessoas sofrem as desigualdades dia a dia;
E o pobre continua no mesmo lugar;
E os assalariados agradecem por não morrer de fome;
E os impostos não diminuem;
E a violência só aumenta;
E a igualdade ainda é exigida e perseguida pelas manifestações populares;
E tudo desanda;
E rápido sucateia;
E os Poderes constituídos se digladiam entre si;
E os Poderosos se vendem no primeiro momento;
E as liberdades, quase cerceadas, andam minguando;
E a corrupção vive um pseudo- controle, mas impera sobremaneira como se tudo que foi conquistado ficasse apenas numa deslembrada memória;
E os direitos humanos permanecem vilipendiados;
E todos tentam entrar no grupo das minorias;
E chega-se a formar cidadãos que não se reconhecem neste ‘Estado de faz de conta’, pois até agora tentam compreender o significado prático da Constituição Federal de 1988.
E a República só tem ‘de todos’a etimologia do seu nome, porquanto não consiga abarcar a totalidade diversa dos homens que se veem mais desamparados que acolhidos, mais desprestigiados que favorecidos, por um sistema feito para não funcionar. Tivéssemos 30 anos de mais avanços que retrocessos. E comemorar-se-iam dois bailes de debutantes com vontade e não sentiria o peso, responsabilidades de uma vida adulta desplanejada. O que ainda resta a ser esperado?”