Medo de crescer

Os sonhos da infância dormem junto com beleza e o encanto. Crescer é inevitável. Há, portanto, dois caminhos para andarilhar: absorver todos os comandos; viver tentando se encaixar em um sistema dominativo, abaixar a cabeça e seguir a multidão, fechar os olhos e dispensar qualquer tipo de modificação, estagnar, adotar o marasmo; ou, encontrar a liberdade, sair da caixa, ter autonomia, abrir a carta de alforria, raciocinar.

Estar em desacordo com a supremacia não significa petulância, audácia e nem rebeldia. Significa evolução. Deixar de tentar florear o que não é, de se importar com opiniões não construtivas. Pensar adiante, ofuscar as incógnitas restantes e avançar. Expandir-se. A maturidade faz surgir diversos pontos tangíveis. É necessário desenvolver-se, fazer jus a riqueza das experiências, ao surgimento das rugas e cabelos brancos, porque ser adulto não é uma opção, mas sentir-se preso é. Crescer produz todos os tipos e tamanhos de medos. O peso das incumbências ofusca o brilho daqueles olhos que antes sonhavam e acaba matando todo tipo de certeza e plano de felicidade. O problema não são as responsabilidades e sim o perder da magia, da pureza e sensibilidade que são raiz da infância. A vida sempre oferece alguns momentos de reflexão, seja nos tropeços, quedas ou conquistas. Situações inesperadas estimulam a mente a originar ideias, fazem aflorar novos sentimentos, traz lembranças, sensações desconhecidas ou que se perderam com o tempo. Derrubam suposições e formam conceitos, bases bem estruturadas, construções esplêndidas. Ficam absortos por alguns momentos, em seguida, vibrantes com um prazer intenso, cheios de vida. Mentes admiráveis.

A escolha de qual caminho seguir, em boa parte, dita a jornada. Portanto, é necessário ter coragem suficiente, intensificar a energia, captar um pouco da alegria, fé, esperança, da força e entusiasmo encontrados na infância e enfim, perder o medo de crescer, amadurecer, ser visível. Aproveitar as chances de mudar e manter os melhores sentimentos obtidos na caminhada. Desfrutar, ser feliz e viver as mais belas aventuras/experiências que ainda restam na vida.

Raquel Lingoist
Enviado por Raquel Lingoist em 24/11/2018
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