A não compreensão das liberdades artísticas!

"Parece que as artes, como campo de estudo é o ambiente propício para as manifestações das liberdades, e com ela, a liberdade artística, a partir dos desenhos, pinturas, teatro,músicas, dança, ficam à vontade para se liberar.

E, diante de tanta falta de sensibilidade e lugar para a sua repercussão quando se tem um local, evento, em que elas possam, sem censura, ser discutidas, vistas e libertadas é esperado que elas não só traduzam o pensamento do povo, como contribuam para a melhoria das questões sociais atuais, que devem denunciar os preconceitos e mazelas humanas, a fim de rememorar à sociedade no que precisam melhorar.

Eis o desafio das manifestações artísticas: denunciar os dilemas sociais, bem como fazer-se compreender. E é neste segundo ponto que se pauta a grande questão. E quando as pessoas, mesmo diante de tanta conquista social e legal de não mais ser censurado, tolhido ante a própria liberdade, reclamam, por ignorância, das divulgações e explanações artísticas quando, na verdade, deveriam, também manifestar-se a favor dessa ampla forma de expressar-se a partir da tão relegada mas conquistada: liberdade artística?

Não há que se conceber, em pleno 'século das liberdades', que pessoas, leigas ou aparentemente abastadas culturalmente portem-se ignorantemente ou contra estas liberdades se insurgindo ante a não compreensão do que se vê e ouve numa peça teatral, por exemplo, simplesmente por considerá-la exagerada ou indevida quanto à sua forma ou a própria abordagem artística em si.

Neste contexto das artes tudo depende do seu olhar sobre aquilo que se vê, da sua visão de mundo que, consequentemente o (a) levará a interpretar bem ou não as manifestações.

E, principalmente, se certa expressão for demonstrada num ambiente cultural como são os festivais, Casas de Cultura ou congêneres, locais aptos para toda forma de expressão. Afinal, não se pode comprometer a liberdade de expressão simplesmente porque ela não foi aceita por alguém. É bom elucidar que, mesmo não sendo um direito absoluto; e nem deveria; deve ser, cautelosamente, analisado e compreendido num todo harmônico cultural e social, para que sirva de lugar de destaque e de eficaz espaço para as liberdades humanas.

Que as liberdades artísticas e, a cultura em si, não sejam só previstas na legislação do artigos constitucionais (artigo 5º, IX e artigo 215 e seguintes da CF/88), sobretudo,mas, sejam, sempre comunicadas e conservadas pela maior parte da sociedade contemporânea resistindo ao tempo e a censura escolhidas por alguns, fruto, talvez de suas preconcebidas 'faltas' de (estudo, experiência, prática ou mesmo valor à simplicidade)."