Me abrace!

Alguma coisa me diz que você voltará. Mesmo sem nunca ter ido, mas sempre esteve presente. Sinto sua presença e ausência. Sentimentos são sempre tão contraditórios. Antes de qualquer coisa é sempre importante dizer que isto não é sofrimento, mas uma angústia e necessidade de tê-la. Não preciso de manda que não seja apenas sua leve presença, nem que seja de idas e vinda.

Lembro de ter caminhado muitos momentos sozinho. O sol escaldante, a boca seca. Sentei muitas vezes na beira da calçada vendo pessoas passarem. Ninguém olha pra baixo mesmo que veja a sombra de alguém que está sem rumo. então fico lá até que minhas pernas parem de doer, até que meu coração continue a bater. Os braços queimam. Não sei por quanto tempo. Uma quadra, duas, três, quem sabe? Até que eu pare em algum outro lugar, mas se por acaso eu a visse, mesmo que a distância já teria sido o suficiente para um dia quente. Sei que muitos não se preocupam com isso, até que um súbito frio abate a todos. Quem gosta desse frio, mas vivemos a todo instante flertando com alguma coisa muito parecida.

Foi assim que me senti quando te conheci e, quando você se foi as primeiras lembranças eram do calor de nossa amizade de um sábado qualquer de sol. Descobri que não existe só um mundo, mas tantos quantos somos possíveis de senti. Se alguma coisa faz sentido nessa vida é ter descoberto essas coisas. Como todo mundo está com pressa você chega e diz:

“Tá legal! Te vejo depois e até amanhã”

No dia seguinte o telefone toca. Nada. Por que não a tarde! Toca. Nada. Então, aqui estou no sofá envolta de todas essas tralhas, que não fazem o menor sentido. Saio para rua. Lá somos todos iguais e imperceptíveis. Volto pra casa, um pouco mais tonto, porém aliviado. Pelos cômodos pretendo sentir sua sombra. Na velha cadeira que fica a frente da velha máquina de escrever desejo sentir suas mãos me empurrar. Cheguei a sonhar quando alguma coisa daria certo, afinal. Não costumo chorar. Não costumo, mas como evitar.

Então, quando menos se espera aqui estou. Sentando na minha velha cadeira diante da minha máquina escrever, tentando dá certo em algo. Ainda não consegui enxugar as lágrimas. Estes sentimentos são tão raros. Melhor vivê-los. Isso alivia nosso peito. Nos deixa livre para outros sentimentos. Quando, finalmente, estou mais em paz percebo que sempre esteve presente. Do pouco que tenho, as coisas fazem sentido até mas mais inevitáveis. Papéis, meu relógio que insiste em seguir em frente. Minha teimosia em continuar aqui. Na máquina de escrever. Você está olhando para mim agora. Entende meus erros e até ri deles. Nessas horas sinto que alguma coisa ainda pode dá certo.

Se você me escolheu? Já me perguntei várias vezes. Confesso que ainda não tenho a resposta. No entanto, tendo lhe convencer do quando gostaria está entre os escolhidos, mas independente de sua resposta basta que fiques ao meu lado. Serei fiel aos meus sentimentos, e se estás aqui, agora, talvez percebas o pouco que sou e tenho, mas o suficiente para essas palavras.

Me abrace querida, poque preciso de ti. Isso me basta!

Jorge Alexandro Barbosa
Enviado por Jorge Alexandro Barbosa em 09/11/2018
Código do texto: T6498520
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