Prerrogativa

''Sabe quando você faz uma viagem na cronologia
E revive, na sua imaginação, momentos nostálgicos
De quando a nossa única obrigação era brincar
De quando a simplicidade estava mais estampada
No tempo em que a vida exalava razão e sentido
Eu tenho muitas histórias para contar
Mas seria necessário um livro para narrar todas elas
Com destrinchamento e riqueza de detalhes
As tardes de verão na casa das avós
Inventávamos travessuras eternizadas
No coração de cada um que testemunhou
A resplandecência e a efervescência da inocência
Os laços vinculados, as promessas feitas, as feridas físicas
Muito melhores que as feridas ocasionadas
Pela verbalização de pessoas dominadas pela amargura
O presente exterioriza uma realidade bem oposta
Àquela de quando a nossa responsabilidade ímpar
Era gozar e desfrutar de todas as prerrogativas da garotice
No entanto, o memorial armazenado na minha mente
Ainda emana vestígios e indícios de um indivíduo humano
Que aprecia e valoriza todos as ocorrências programadas
Especificamente para o eu. Minha vida seria outra se
Eu tivesse selecionado esta alternativa em vez daquela?
Continuarei sem saber, o importante é que eu não, não mesmo
Arrependo-me do que eu faço, mas sim do que eu não faço.''
Lucas Nicácio Gomes
Enviado por Lucas Nicácio Gomes em 06/11/2018
Reeditado em 17/03/2019
Código do texto: T6495930
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