QUAL É O NOSSO LIMITE?
Em algum tempo e em algum lugar do cosmos ocorreu uma grande explosão, e uma enorme variedade de sementes essenciais foi pulverizada no espaço, as quais se desenvolveram em uma sequência que chamamos de evolução, e essas sementes foram brotando dentro de um ordenamento preciso, que conhecemos como sendo a Natureza. Entre essa magnífica variedade de sementes estava também a semente que produziu o Ser Humano, o qual, por sua vez, se reproduziu e evoluiu em n’lhões de anos para chegar ao seu estágio atual, o qual os neurocientistas consideram ser o limite dessa evolução.
No Universo, tudo o que existe é constituído de dois componentes fundamentais: a energia e a matéria, e em toda a sua existência, o Ser Humano vai consumindo esses dois elementos, até que a exaustão de um deles acarreta a exaustão dos dois simultaneamente, pois ambos são interdependentes. Esse período, a existência do Ser Humano, é de curta duração, correspondendo apenas a algumas décadas, para serem desfrutadas de acordo com as potencialidades e inclinações de cada indivíduo. Essa evolução, que nos últimos milênios aprimorou o cérebro humano mais intensamente, permitiu-lhe a construção de obras monumentais, cada vez com mais facilidade, desde as pirâmides egípcias até os ônibus espaciais, os computadores, os robôs e máquinas sofisticadas para múltiplas finalidades, e também, no campo das ideias, complexos tratados filosóficos e científicos. Porém, segundo os neurocientistas da Universidade de Cambridge (Inglaterra), baseados em um mapeamento de centenas de pessoas, houve um reforço na tese de que a inteligência do Ser Humano chegou ao seu limite de expansão. Segundo esses cientistas, existe no corpo humano uma espécie de balança comercial de energia, onde o consumo mínimo retarda a evolução da inteligência, e o consumo máximo custa caro demais para o organismo, podendo causar uma pane nos outros órgãos. Assim, a evolução da inteligência tem um preço que vale pagar até certo ponto, depois do qual esse preço é alto demais, pois sacrifica o conjunto de todos os órgãos. Para quem já atingiu o ponto crítico é melhor se manter nesse nível, pois daí em diante o preço é muito alto, mas o problema é o discernimento desse ponto crítico, que talvez se revele pelo cansaço e pela desilusão, porque o Ser Humano procurou o tempo todo no lado de fora, quando esse verdadeiro tesouro, que se chama Sabedoria está no lado de dentro de si mesmo, e não procede da superfície das circunstâncias externas, mas é obtido nas profundezas do interior do Ser Humano, onde a Sabedoria é despertada e revelada graciosamente pelas experiências espirituais e intuitivas. A partir do descobrimento do tesouro, e sendo introduzido pela Graça nos domínios da Virgem Sophia, o motor da inteligência se autodesacelera, mantendo apenas a energia suficiente para a conclusão do percurso, em uma suave planície de terras férteis, para lançar as sementes dos frutos da videira do Senhor. Se apenas uma semente brotar, a produtividade será de cem por cento. Ao mesmo tempo, ocorre uma grande remarcação de valores, onde o que era de pouco valor passa a valer muito, e o que valia muito, passa a não valer nada. Nasce então um solitário estranho no ninho, falando uma língua desconhecida e difícil de compreender. (I Coríntios 2;15)
Então examinei todas as obras que havia feito e o trabalho que elas tinham custado para mim. E concluí que tudo é fugaz e uma corrida atrás do vento, e que não há nada de permanente debaixo do sol. Depois examinei a sabedoria, a tolice e a insensatez, pensando: “O que fará o rei que virá depois de mim?” Fará o que já foi feito. Então percebi que a vantagem da sabedoria sobre a insensatez é a vantagem da luz sobre as trevas. O sábio tem os olhos abertos, e o insensato caminha na escuridão. Quem é como o sábio? Quem conhece a interpretação das coisas como ele? A sabedoria do homem ilumina seu rosto e lhe abranda a dureza da face. (Eclesiastes)