A VIDA E OS DIFERENTES IGUAIS A NÓS
Como pode a gente não considerar os muitos estágios que vivemos, se a passagem de um para o outro é tão pequena. Numa velocidade incalculável, que parece nem existir mudamos de estágio de vida.
Começamos envolvidos num mistério chamado de nascimento que começa a se materializar em geral nove meses antes de sua concretização, muito embora pareça ser uma eternidade antes. Nada, nenhum vestígio de opinião que traga grudado em si algo que se assemelhe a uma verdade crua e nua.
Logo em seguida, de pontos que variam de pessoa para pessoa, caímos num mundo real onde é possível participar da realidade como ouvinte, sem nenhuma condição de atuar diretamente com ações. Mais na frente somos apresentados a uma realidade que muda o formato também de pessoa para pessoa, mas, que mantém um ponto em comum a todos, nos fazendo orbitar em seu entorno.
Chegamos a parecer senhores do mundo, no entanto, logo a ilusão passa e a gente sai de cena como chegou, do mesmo tamanho, mas, carregando uma imensa bagagem que não toma espaço e nem somos capazes de dizer para que ela vai servir.
São vários os estágios que passamos neste período entre a entrada e a saída, seremos bilhões ou mais que isso, surgirão entes de todas as qualidades que irão do fundo mais baixo até os extremos dos nossos conhecimentos. Até o momento o que se sabe, se conhece e se acredita é que todos teremos o mesmo fim por aqui, independente de qualquer coisa.
Portanto, frente a incertezas e certezas nada mais aceitável que existirem no mundo uma diversidade tão grande de pessoas em termos de pensamentos e ações. Esta estabilidade coletiva num mundo tão diverso é algo inexplicavelmente brilhante.
É comum para nós olhar os supergigantes que conhecemos na infância abatidos e impotentes frente a algo que aparentemente nem sequer um dia poderiam arranhá-los, mas, que calmamente os consomem. A velhice do corpo chega a mexer com a mente mesmo que ela tente resistir e seus efeitos variam, também, de pessoa para pessoa.
Viver é um mistério que por mais que a gente tente explicar não consegue escrever uma linha de verdade.
Portanto, só nos resta caminhar do jeito que a gente quiser, de preferência buscando o máximo de gente possível para nos acompanhar. Entender os outros não é uma tarefa fácil, na verdade é uma tarefa obrigatória nesta estrada tão surpreendente que é a vida.
Caminhando com o máximo de pessoas nossas diferenças serão aceitas como normais, na verdade só assim nós também seremos considerados normais.