Feliz x Bom

Um dos maiores erros que as pessoas cometem hoje é buscar a felicidade desta maneira torta, achando que ser feliz é sinônimo de estar alegre todo o tempo. Erro crasso. Felicidade é na realidade um sentimento advindo do dever cumprido, de um ato correto e da realização de todas as responsabilidades. É óbvio de desta forma, somente poderia ser encontrar a felicidade real depois de ter-se realizado a vida inteira. Só se pode ser realmente feliz quando, ao fim da vida, for possível fazer um balanço do que se fez. Porém o próprio sentido de estar à caminho de realizar uma vida correta traz boa parte desta felicidade. A felicidade é muito mais como a construção de uma casa que, ao concluída, sentimos felizes por ter feito, mesmo com os calos e as dores nas costas, do que como ficar a vida inteira quebrando tijolos por achar engraçado.

Tal erro é tanto quanto mais fácil de ser cometido do que percebido e todos que o cometem o fazem por não perceber sua origem, como eu até pouco tempo. Toda a nossa sociedade ocidental tem uma moral baseada na tradição judaico-cristã, que está sedimentada em nossa mente a ponto de vários ateus a seguirem, apesar da negação de que haja o tal Deus que a originou.

Quando Nietzsche diz que mataram Deus, isso é resultado direto da filosofia do século XIX. Dizer que mataram Deus, significa dizer que agora temos que construir uma casa mas não temos nenhuma instrução sobre qual a proporção de areia no cimento, de como fazer as fundações, como separar os cômodos. Isso porque ao negar Deus, é necessário negar toda a igreja e toda a moral advinda dela. Passamos então a construir a casa baseando-se somente no que nos agrada. Podemos fazer construções lindas porém incapazes de aguentar o mais leve soprar do vento. É por isso que as pessoas governam suas vidas hoje achando que a alegria e o prazer são o bem máximo, pois justamente a filosofia que levou a esse “esquecimento” de Deus é a filosofia da moda hoje.

É preciso então retomar a noção da moral correta. Muitos chamam essa moral de “falso moralismo”, mas isso é porque eles não têm a intenção de cumprir ela. Se você aplicá-la à sua vida verá que de falsa não tem nada, pois essa moral é justamente a moral que permitiu a nossa civilização chegar ao ponto onde chegou.

É preciso entender que a moral judaico-cristã é o manual de como se construir a vida. Ser santo é fazer o máximo de coisas corretas e que o pecado é o erro, o qual uma ver percebido pode ser desmanchado pelo perdão e que a tolerância, o não julgamento do próximo e a caridade significam que você pode dizer ao outro que ele está construindo errado sua casa, mas não deve obrigá-lo a fazer como você fala. Se ele errar a sua casa, você deve ajudá-lo a consertar os erros ao invés de escarnecer dele. Quem consegue fazer isso em enormes quantidades recebe o nome de santo.

É preciso entender, por último, que a felicidade não consiste em fazer um eterno churrasco, e que o churrasco aliás, só pode ser feito depois de se construir a churrasqueira.

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