O que eu quero?
Eu não sei o que quero ou o que deveria querer. Não sei o que querem que eu faça. Sou uma marionete, ou pelo menos fui durante muito tempo. Os fios que me guiavam continuam os mesmos, mas meu condutor me abandonou.
Fiquei sozinho e bem durante muito tempo até que os fantasmas do passado me alcançaram e mexeram em minha cabeça. Isso me acua. Imploro pela volta de meu condutor, pois quero que as decisões sejam dele e não minhas. Não para jogar a culpa caso tudo de errado, mas sim para não sentir o medo que toma a minha alma quando estou perto de uma decisão até mesmo das mais banais.
Porém ele não volta. Tento me conduzir, mas os fios se entrelaçam e decido ir para o canto escuro novamente. Decido não tomar nenhuma decisão para poder me enganar pensando que não houve mudanças e que tudo está melhor assim.
Só adio o momento no qual o sol alcançará o canto escuro, me deixando sem opções a não ser encarar o problema. Sei que quando esse momento chegar os fios se entrelaçarão, dando nós e arriscando que se estourem. Temo esse momento e me engano ao pensar que ele nunca chegará já que é tão fácil e bom não ter que tomar nenhuma decisão.