CORAÇÃO DE BRAÇO. (ALMIR PRADO)
Estive tentando captar o momento exato, o instante certo que o amor acabou. Eu vi a incerteza correr de um lado para outro; escutei uma voz dizendo: - O amor foi pouco ??? Eu não sabia a resposta: era todo o amor que cabia; que às vezes até transbordava. Talvez coube mais em um do que no outro. CARACA !!! Acabou ! Só sobrou o amor nas fotos; no quadro da parede com poesias escritas com giz de escola e cola tenaz; no sorvete de casquinha do Chiquinho; ou talvez em alguma folha escrita só com a tinta da caneta sem o tubo; poxa! As possibilidades estão se esgotando. Poderia estar impregnado no sofá da sala ou algum resquício no tapete ??? Sei lá, poderia estar naquela panela de cabo solto com o resto do miojo da turma da Mônica. Por que não pensei nisso antes ? Está no raio do coração de braço que ela fazia tanta questão de dormir abraçada. Nem posso imaginar que esteja naquela interminável fila do banco ou quem sabe no meio das gôndolas do mercado. Desisto ! O ultimo lugar a procurar são nos olhos; se este não transbordar. Tá vazio. ( ALMIR PRADO )