Depois da Facada
Bolsonaro mudou o tom do discurso após a facada. Pelo visto, acredito que a lâmina o fez refletir sobre as posições assumidas contra a população pobre.
A respeito desta população, pondero que historicamente sempre foram
como filhos sem pai, daí apareceu o comedor de calango, que ampliou
políticas de distribuição de renda para dar um pouco de dignidade a quem não tinha nada na mesa.
E por falar em mesa, quando a comida está servida, pouco importa se o
trabalho do pai que pôs o mantimento é digno ou não, talvez esse seja o
motivo que levanta centenas de milhares a favor de Lula.
Ele não é santo, sabemos disso, pelo contrário, seu governo parece muito mais um contrato com o diabo, mas o que precisamos analisar antes de julgar e de tomar posições equivocadas, é que ele representa para muitos o pai que assumiu filhos órfãos.
Por outro lado, Bolsonaro parece mais com o filho valentão do vizinho que sempre teve brinquedos novos, mas não se contenta com os brinquedos de doação que a criança pobre da vizinha recebe da igreja no dia do natal.
A guerra ideológica ressuscitada pelas oposições governamentais se fazem representar através dessa metáfora, alguém é o dono da bola que quando perde decide tirar a bola do jogo, fazendo, assim, acabar com a diversão da turma. O que diferencia um do outro é se o dono da bola é mais flexível ou não, e nessa etapa da corrida presidencial, ambos parecem mais abertos ao diálogo, apesar de que isto só aconteça a cada 4 anos.