UM PENSAMENTO
UM PENSAMENTO
Ao contrário de muitas opiniões e análises, não me surpreende, tampouco causa estranheza, a onda de ódio que invade o dia a dia. Nada mais previsível ou normal do que essa animosidade. Tudo começa numa sociedade que sempre foi divisionista e sem visão de conjunto civilizatório. Mais recentemente, a tal ditadura democrática e seus oponentes da ditadura comunista ou socialista, fizeram um pacto macabro, denominado Lei da Anistia. A desistência do poder, pelas forças armadas, deu-se pelo fracasso econômico, provocado por um nacionalismo tosco e ultrapassado, que aliás, ainda vigora. Com dois choques de petróleo o país foi jogado por terra, não fosse isso, ainda hoje estaríamos batendo continência. Aqueles democratas da ocasião, como pode ser visto ainda hoje, queriam o poder a qualquer custo e aceitaram a tal lei, que favoreceu as forças dominantes, bem como, aquelas que a elas se opunham. Foi um toma lá dá cá, bem a nosso modo. Desde então, aqueles “democratas” que combatiam a “ditadura”, passaram a refastelar-se, favorecer-se do chamado Estado, instituindo a sua forma de ditadura, hipócrita e excludente. Deixaram a mingua os pilares do real desenvolvimento, educação, saúde e segurança, e meteram-se a fazer negócios escusos em todas as esferas. O toma lá dá cá atingiu a estratosfera. Enquanto isso, a sociedade sem educação adequada, era conduzida e iludida, pelas chamadas direitas e esquerdas, conservadores e progressistas, ao confronto cada vez mais aguerrido pelo butim. As instituições povoadas de males, incompetências, subserviências, servilismo e oportunismo, simplesmente fecharam os olhos aos cidadãos comuns e abraçaram-se as causas indevidas e individuais. Assim, criou-se o dogma “levar vantagem”, não importando os meios. Jogou-se por terra o desenvolvimento através do conhecimento, da educação e do trabalho, preferindo-se a facilidade do enriquecimento ilícito. Tudo foi crescendo como bola de neve, e a violência foi se entranhando na rotina dos que não tinham acesso aos serviços do estado e foram se mancomunando com integrantes do “estado paralelo”, leia-se organizações criminosas que cresceram, atendendo demandas latentes de “descamisados e outras analogias”, sem que os detentores da nova ordem se dignassem a combater.
Assim, gradativamente e, paradoxalmente, celeremente, criou-se a animosidade, o salve-se quem puder, o morticínio desmedido, enfim, a barbárie.
Agora, a polarização perversa, que instila mais violência e degradação vai atingindo seu auge (será?), e na falta de civilidade e cidadania, apostam-se fichas em jogo de cartas marcadas, por ideologias burras e canhestras coloridas de verde amarelo ou vermelho, ambas apostando na guerra para higienizar o país, como se assim possível fosse.
Pobre Brasil, cada vez mais pobre