Uma analogia à vida
Busque entender: se entendermos a vida como o crescimento de uma árvore, vamos entender que até que ela inicie o processo de germinação, ela precisa reter energia, se organizar e, enfim, romper o solo. A partir deste momento, em consonância ao seu despertar, as raízes vão se aprofundando e se ramificando para ter a estabilidade e firmeza necessárias para ser forte e resistente.
Pensemos que à raiz seja alimentada pelo seio familiar e laços sociais primários. Pensemos que o tronco seja nosso ego e força interior.
Os galhos que vão se formando são nossas relações, nossos trabalhos, estudos, inclinações políticas e sociais, hobbies, vontades, desejos... as folhas, as flores e os frutos formam a beleza das conquistas e as recebemos em gratidão pelos esforços empenhados.
Eventualmente, um galho se quebra, uma folha cai, uma fruta apodrece e insetos podem prejudicar uma parte ou até sua totalidade, caso se chegue à força interior da vida que pulsa dentro do tronco, ou, podem chegar até às raízes.
Se entendermos estes insetos como adversidades à vida, eles se tornarão pragas e de fato, fatalmente, corroerá todo o Ser. Se os entendermos como parte da natureza, como parte do processo total da vida, saberemos conviver em harmonia, compreendendo que nem tudo que gostaríamos que fosse, é.
Se um galho é arrancado com raiva, com descuido, deixará a copa da árvore, mais adiante, torta, sem sua beleza que o gérmen desejava ter.
Este galho arrancado de maneira violenta, são as relações mal terminadas e que desejamos arrancar a qualquer custo de nossa lembrança. Contudo, haverá a cicatriz, a marca de que algo foi tirado de lá... haverá um vazio, porém, uma lembrança eterna de que algo esteve lá.
Ao invés disto, a árvore, com todo seu amor interno e vontade em ser bela e desenvolver toda sua potencialidade, pode aprender a aceitar aquele galho como parte de si, de um aprendizado importante que a fez crescer, embora de maneira não tão perfeita.
Se ela ficar presa ao galho arrancado, deixará passar grande parte de sua energia lamentando a imperfeição ao invés de usar esta mesma energia criando novos galhos e frutos maravilhosos...
Na vida criamos, destruímos, conectamos e desconectamos. Amamos, odiamos. Vivemos um eterno dualismo no qual usamos nossa energia vital para evoluir. A energia é um fluxo e faz-nos enxergar a vida de acordo com aquilo que nos condicionamos a entender e aceitar para nós e o universo que criamos.
Uma experiência ruim é um aprendizado maravilhoso para não repetirmos as mesmas coisas.
É importante entender que metade da copa da árvore ser bela e harmoniosa vem da força do tronco e a outra metade de como ela se adapta ao mundo que convive consigo. Se ela aceitar as coisas como elas são e tiveram que ser, será mais bela, se for resistente e lutar contra aquilo que é e que houve, será metade bela, metade feia, sem harmonia.