Aniversário

No último dia 19 de setembro completei 28 anos de vida. Mais um aniversário. Mais um ano que passou. Poderia ser mais uma comemoração e de fato o é, mas não sei porque cargas d'água me deu na mente o seguinte pensamento: Parabéns, Tiago... Parabéns? Como assim parabéns? O que eu fiz para que merecesse ser parabenizado? Por ter vivido mais um ano? Tirando a possibilidade potencial que cada um de nós tem de se suicidar, a vida que se seguiu, seguiu-se sem que eu contribuísse em nada para isso.

E vivi... apenas isso.

Por que parabenizar as pessoas por algo que não depende dela? A vida, como diria Chaplin, é tão inevitável quanto a morte. Nós não evitamos viver, os fatores que mantém ou não um organismo em suas plenas atividades vitais não é algo que controlamos. Eles apenas funcionam e deixarão de funcionar um dia.

Bem, temos o olhar para trás e ver as conquistas. Sim, temos os afetos, temos os abraços, mas também temos a dor e os desafetos e as penúrias. No fim, a pergunta que fica é: o que eu fiz da minha vida que merecesse ser parabenizado?

Qual sentido eu dou às coisas ao meu redor que valesse a pena lembrar nesse e nos próximos 19 de setembro que virão de que eu vivi uma vida que merecesse ser parabenizada.

Acho, que o principal que temos é que cada aniversário nos lembra das segundas chances, dos abandonos quotidianos que vamos deixando pra trás. As pequenas mortes de nossa subjetividade, a percepção de que não somos mais os mesmos, ou que sim, pra bem e pra mal, somos ainda as mesmas pessoas... e vamos partindo a cada dia.

É também lembrar que vamos morrer... e que isso, assim como aniversariar, não depende de nós...

Por isso, acho que o único que podemos fazer é agradecer por ainda estarmos aqui... e aproveitar as misericórdias que todos os dias nos dão a chance de um recomeço...

VIDA LONGA, AMIGOS!