Acorde, Brasil!
Quando iremos entender que é preciso falar sobre política? Até quando as autoridades que estão à frente do Ministério da Educação vão parar de tratar desse sistema, privando-nos do devido conhecimento a respeito da política? Todo ato é político. Comer com talheres é político. Vestir uma determinada roupa é político. Decidir qual música ouvir é algo político. Escrever neste site é político.
Pois bem, sei que não nos ensinam a ficarmos atentos sobre tal assunto, haja vista ser vantajoso e benéfico àquela específica classe, a qual é minoria privilegiada, em comparação à totalidade da nossa população, que se perpetua no poder, mantendo uma grande parcela alienada sobre aquilo que importa. Nosso setor educacional se volta para um ensino, totalmente, mecanizado e desprovido de quaisquer estímulos que nos proponham a questionar acerca de tudo que ocorre e a nos entendermos, enquanto seres participantes da cidadania. Nossa saúde pública está, totalmente, defasada e não recebe verbas suficientes para atender a maioria desfavorecida e carente no quesito socioeconômico.
Nossa segurança pública se preocupa em reprimir corpos negros, favelados, muitas vezes, jovens e mulheres, além de instigar a violência, infiltrando-a nas raízes da nossa história, ao invés de políticas que levantem indagações do porquê disso tudo e a própria solução. Isso, pois a própria resposta está na violação dos Direitos Humanos básicos retirados desses sujeitos desde que o Brasil é o Brasil, assim, querendo cobrar deles posturas que nada condizem com a sua realidade não equânime. Nosso saneamento básico não chega a todos os lugares, não me espantando em dizer que a zona sul está em primeiro plano. Nem todos possuem moradia digna e muitos são marginalizados, constantemente, com a ausência de oportunidades.
Nossas políticas sociais não se voltam a todos. Toda a nossa estrutura funciona para um pífio grupo do país. É hora de acordarmos, Brasil. É hora de refletirmos sobre todos aqueles que querem falar por nós no Congresso. É o ideal momento para nos conscientizarmos, a respeito de quem irá refletir aquilo que, verdadeiramente, somos e queremos daqui por diante: uma comunidade brasileira justa com as mesmas garantias para todos os indivíduos e a mesma notoriedade. É tempo de valorizarmos cada manifestação cultural e investirmos no nosso bem maior que é a nossa identidade.
Como bem elucida o sociólogo Boaventura de Souza Santos, temos o direito de ser iguais, quando a diferença nos inferioriza, bem como temos o direito de ser diferentes, quando a igualdade nos descaracteriza. Portanto, precisamos que, independe de etnia, origem, gênero ou escolha sexual, raça e “posição na sociedade” que se ocupa, todos nós tenhamos nossos direitos, enquanto cidadãos e seres humanos, assegurados pelo Estado com equidade. Vamos fazer diferente: votaremos consciente.
Texto que precisa ser levado para o cotidiano, não só para a eleição.