UM BREVE COMENTÁRIO SOBRE ALÉM DO BEM E DO MAL
Publicado originalmente em 1886, em uma pequena edição bancada pelo próprio autor, Além do Bem e do Mal, cujo subtítulo é Preludio a uma Filosofia Futura, ocupa lugar de destaque na obra de Nietzsche. Pode mesmo ser considerada a mais perfeita síntese de suas formulações maduras.
Antes de tudo, trata-se de um livro anti-moderno em suas criticas ao historicismo, a democracia parlamentar, a objetividade científica e a ideologia do progresso, temas tão em voga entre os eruditos oitocentistas. Conforme informa o prefácio de 1885, o livro é dedicado a critica ao dogmatismo que remonta a doutrina Vendana na Asia e ao Platonismo na Europa, atravessando os séculos em variações sobre o mesmo tema, como um sono insano que coloca aos contemporâneos o desafio da vigília.
Como Nietzsche coloca no aforismo 199 do capítulo V: A História Natural da Moral, desde que existem homens existem rebanhos, estabelecendo a obediência como um componente inato ao comportamento social, como um verdadeiro instinto gregário.
Por isso o filosofo é visto por ele como a má consciência de seu tempo, um homem do amanhã e do depois do amanhã. Sua grandeza reside em poder ser múltiplo e inteiro, vasto e pleno em sua solidão. O filosofo represente a vontade de potência, a terra por vir, ou uma outra Europa, sendo fiel as expectativas do autor.