Íntimo
O ar agitado sinaliza que o verão bate à porta. Me deito. Nua. Janela entreaberta. A brisa que aos poucos entra tenta, em vão, acalmar o desespero que arde em mim. A cama já tem minhas marcas, range como se não mais suportasse as tantas vezes que eu vou de um lado a outro a procura de um canto de paz. Tudo ecoa. Eu sou eco. Repito o que acredito até que perco a força. Quando menos me dou conta a perdi. Me perdi. A brisa ainda não cessou. Afaga-me as pernas, transita pela cintura, invade os pulmões e por fim vai-se também embora. É compreensível. Não há porque querer ficar.