AMOR ILEGAL
Ah, como falham as palavras no que dizem respeito ao amor!
E como elas à alma pesam e esmagam!
Amor
No demente e humano tempo que s'insiste em prolongar
Pode-se dizer... um ato de ilegalidade
Do tempo que nele peregrina... o pensamento
O qual desconhece amar... de verdade
Ah, se o amor fosse, aqui nest'exílio, o que de fato deveria ser!
Do pensamento que se hiberna no nefasto torpor de seu sono
(e em tal grau se recusa a despertar)
Mas, verdade é que só os corajosos amam
Visto que amar é aqui decerto... desafiar a moral... e as leis
Do amor que é anárquico em su'essência
Ó Cristo vivo
Tão incompreendido no prazo deste mundo!
Ah, que ninguém me tenha como um anti-semita
(de form'alguma)
Todavia, serias tu o maior dos fariseus
Ou, o mais aclamado de todos os judeus
Caso "amasse" como eles
Pelo que amaram tão somente suas ridículas leis
(em nome de Deus, a que eles tanto se afirmavam)
E desprezaram em tal grau o Homem
(criado este à imagem e semelhança do próprio Deus)