Um Recado

Ninguém é obrigado a gostar de você. Nem você é obrigado a gostar
de ninguém. Não se crucifique ou se culpe se você não é uma pessoa
sociável, se você prefere noites em casa assistindo a um bom filme
debaixo do seu cobertor a frequentar casas noturnas e boates. Não
tente se padronizar ao que é imposto pela sociedade. Exteriorize o
que há de melhor dentro de você: a sua singularidade.
Durante alguma fase da vida, algumas pessoas se questionam o que
há de anormal com elas, anormalidade dita pela sociedade. Muitas
pessoas não têm a capacidade de transmitir simpatia e carisma. Não
conseguem estabelecer conexões que despertam o interesse e a
atração no outro. Isso é uma característica intrínseca do
comportamento e da personalidade do indivíduo. Entretanto, não
existe nenhuma estranheza na individualidade.
Não ter uma rede social movimentada ou não ser popular na
comunidade onde vive podem ser requisitos de uma pessoa antipática
e desagradável. A sociedade prega uma ideologia baseada no cultivo da
popularidade, do ego e da aparência. Quanto mais você tiver, mais
você será. E para essa coletividade, você vale o que você tem.
Na atualidade, existe uma cobrança exacerbada cujo propósito é
difundir uma tese de que o ser humano precisa desenvolver a sua
multiplicidade sendo uma única pessoa. O homem tem de ser
profissional, pai, marido, bonito, alto, magro, corpo atlético, ter uma
rede social agitada, ser popular, usar grife, dentre outros aspectos.
Uma pressão desnecessária de uma instituição consumista que,
evolutivamente, se aproxima da depressão.
Eu quero contar uma coisa. Não há nada de errado com quem pensa
que é odiado ou rejeitado por todos. Somos humanos. Somos um
paradoxo por sermos iguais e diferentes ao mesmo tempo. A verdade
é que ninguém é normal. Todos temos uma dose de loucura. As
pessoas não têm centenas ou milhares de amigos como as redes
sociais dizem. São apenas números. Ninguém tem cinco mil amigos.
Amigos leais e fiéis nós contamos nos dedos de uma mão. Eles dizem
o que você precisa ouvir e não o que você quer ouvir. Nas redes sociais
todo mundo é feliz, nas redes sociais todo mundo está sorrindo, nas
redes sociais todo mundo está de bem com a vida. Pura aparência.
Elas enganam e o exterior nem sempre é compatível com o interior.
Portanto, se não existe concordância ou aceitação de um ou ambos os
lados, pelo menos o respeito deve ser ativado. E o respeito é uma
prática fundamental e necessária para uma irmandade civilizada e
próspera.
Lucas Nicácio Gomes
Enviado por Lucas Nicácio Gomes em 16/09/2018
Reeditado em 14/03/2019
Código do texto: T6450941
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