O INDIVÍDUO SONHA EM SER POLÍTICO. E EU COM ISSO?

O INDIVÍDUO SONHA EM SER POLÍTICO. E EU COM ISSO?

Com esse desastre nacional que estamos vivenciando, todos os dias somos colocados frente a frente com faces de um Brasil que não sabíamos existirem. Acredito que quase a totalidade do povo desconhecia os detalhes sórdidos de nossa política. Detalhes que foram colocados sub-repticiamente, à socapa, dissimuladamente, nas entrelinhas da Constituição e que jamais seriam aprovados por nós brasileiros se fossem submetidos a plebiscitos ou claramente expostos ao conhecimento público. E o produto são malas com milhões de reais, cuecas e meias recheadas de dinheiro, mansões luxuosas, fortunas incalculáveis em mãos de eminentes desconhecidos. Grudados na jugular do país e sugando educação, saúde, segurança, justiça social e outras necessidades de um povo ao qual não foram dadas as informações corretas, criaram monstruosidades legais que permitem a permanência de um inaceitável estado de coisas. Quero falar de uma dessas regras, ou instituição, criada sem sermos consultados. Refiro-me ao Fundo Partidário (Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos), uma excrecência criada pelo TSE. Nunca autorizei darem meu dinheiro para bancar campanhas eleitorais. Quero Assistência Financeira Para Engenheiros Civis e, em minha opinião, todas as categorias profissionais deveriam ter direito a fundos profissionais.

Quem é filiado a um partido contribui para campanhas eleitorais. Se essa contribuição não é suficiente para bancar os custos, o governo pode estipular um financiamento limitados e ressarcíveis até a próxima eleição. Mas bancar campanhas bilionárias, nunca! O cara quer ser político? Faça sua propaganda boca a boca, convença seu partido e afiliados de sua capacidade e colete a importância necessária, gaste o seu dinheiro.

E o sistema atual é injusto, assim como o tempo de exposição na televisão. Quem tem mais políticos ganha mais dinheiro e tem mais tempo para fazer sua propaganda. É um retrato de nossa sociedade. Quem tem mais ganha mais, o menor nunca é tratado igualmente como o maior. Justamente aquele que necessita mostrar suas propostas não tem tempo para fazê-lo. E os canalhas sobejamente conhecidos invadem nossa casa martelando suas promessas que, com certeza, voltarão a não serem cumpridas. E nós brasileiros assistimos passivos, aceitando tudo que é definido por uma casta de pessoas que vivem em outro Brasil: todos ganham bem, têm auxílio financeiro para comprar roupas, plano de saúde total para filhos até 32 anos, passagens de avião, moradia, e uma infinidade de privilégios. Elaboram e aprovam as leis que irão beneficiá-los.

Á custa de uma pseudo estabilidade política e social, as iniciativas contra essa situação são rotuladas de direita, de esquerda, ou de grupos como ruralistas, evangélicos, industriais, etc. Mas ninguém renuncia aos benefícios que sugam do nosso país.

Santos, 13/09/2018

Paulo Miorim
Enviado por Paulo Miorim em 13/09/2018
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